
- O fantasma da ópera (livro)

O Fantasma da Ópera (livro)
Um pouco de vida na casa dos mortos.
Ninguém será um verdadeiro parisiense se não souber usar a máscara da alegria quando estiver triste.
E o que eu digo? Isto: malditos os que têm a felicidade de possuir um nariz de verdade.
... Para mim, é impossível continuar a viver assim, no fundo da terra, num buraco, como uma toupeira! Don Juan Triunfante [uma música que Erik compôs] está terminado, agora eu quero viver como toda gente. Quero ter uma mulher como toda a gente e iremos passear aos domingos. Inventei uma máscara que me faz ficar com o rosto de qualquer um. Não vão nem virar para trás. Você será a mais feliz das mulheres. E cantaremos só para nós, até morrer. Você está chorando? Tem medo de mim? No fundo, entretanto, eu não sou mau! Ame-me e verá! Só me faltou ser amado para ser bom! Se você me amasse, eu seria doce como um cordeiro e você faria de mim o que quisesse
...nunca ouvira nada neste mundo de mais suave, de mais insidioso, de mais delicado na força, de mais forte na delicadeza, enfim, de mais irresistivelmente triunfante”.
O Fantasma da Ópera existiu. Não foi, como muito tempo se acreditava, uma inspiração de artistas, uma superstição de diretores, a criação aloucada de cérebros excitados de donzelas do corpo de baile, das mães delas, das “lanterninhas”, dos funcionários do vestiário e da portaria”. Frase retirada do Prólogo do livro.
“Por certas maneiras aloucadas que tinha tido, durante a cena, de me olhar, ou melhor, de aproximar de mim os dois buracos negros do seu olhar invisível, eu tinha podido mensurar a selvageria de sua paixão. Para não me haver tomado nos braços, quando eu não podia oferecer-lhe nenhuma resistência, era necessário que esse monstro fosse metade anjo e quem sabe, afinal de contas, ele não era um pouco o Anjo da Música, e quem sabe ele o tivesse sido inteiramente se Deus o tivesse vestido de beleza em vez de trajá-lo de podridão!”.
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‘Da amizade nasce a confiança mútua, e é esta a que cimenta e dá vida aos grandes vínculos afetivos’ Me lembrei de vc qdo por a caso li esse verso.. E confesso que me surpreendeu o modo como vc deu fim a tudo. Não quero de nenhuma forma te culpar por tudo que anda acontecendo entre a gente, mas também não quero me responsabilizar por tudo. Gosto de estar com vc e também de não estar.. Incrível né ! Mas é não estando com vc por perto que me lembro o quanto vc me faz bem.. Acho que não sou ninguém pra te forçar a gostar de mim a todo momento e de lutar por mim o tempo todo.. Sou uma pessoa muito confusa, eu sei! Então sobre o que vc disse, o q vc pensa neste momento.. é algo seu.. Afinal, vc gosta de gostar de mim ! Lorena Silveira
VOCÊ PODE TUDO!! Se nada mudar, invente, e quando mudar, entenda. Se ficar difícil, enfrente, e quando ficar fácil, agradeça. Se a tristeza rondar, alegre se, e quando ficar alegre, contagie. E quando recomeçar, acredite. Você pode tudo. Tudo consegue pelo amor, e pela fé que você tem em Deus! Você é um sonhador, você é um lutador! Se você não desistir, será a cada dia melhor. Quem sonha, quem acredita e quem luta sabe fazer acontecer, e faz acontecer! E mesmo com medo segue em frente, porque quando o medo bate, vai com medo mesmo assim. A vida é cheia de caminhos tortuosos e dias difíceis, mas é preciso olhar sempre adiante, nunca podemos parar diante de um obstáculo. É preciso tentar ultrapassá lo. É preciso abrir os olhos e o coração para lutar pelas vitórias e ter humildade, caso venha a derrota. Mas mesmo perdendo a gente sempre ganha, porque é tentando que se aprende, e podemos aprender muito com os erros. É preciso sonhar, é preciso acreditar, é preciso lutar. E se a vitória não vier hoje, vem amanhã. O importante é continuar tentando! Às vezes, pensamos em desistir de algo que queremos por essas coisas serem cheias de obstáculos, mas a vida é feita de superações e conquistas. No meio de cada conquista vêm as decepções, as brigas, os problemas, as dores e o sofrimento, mas é necessário passar por todos esses obstáculos. Seja forte e enfrente seus problemas, abandoná los não vai resolver nada. A FRAQUEZA É A DESCULPA DOS COVARDES! FRANCISCO SIMIÃO
Prima, Amiga e Irmã. ♥ É aquela que ouve, que opina, que discorda, chora com você, que também ri muito com você, que briga às vezes, que te entende. E você é assim, uma prima, amiga e irmã para mim, você se tornou uma pessoa mega ESSENCIAL para mim. E eu posso te dizer que a vida sem você não tem mais graça, não tem mais cor. Saiba que você sempre poderá contar comigo para o que der e vier, porque prima amiga é isso, amizade verdadeira é isso, dando conselho uma para a outra, ouvindo e discordando, mas também ouvindo e concordando. Falando o que é certo, e também o que é errado! Rindo ou chorando, você sempre será a minha melhor! Sei que a amizade também seus altos e baixos, brigas e discussões. Mas não importa, o amor de irmã que eu sinto por você supera todas as brigas! Mariana Silveira

Aquele que tentar descrever o verdadeiro amor, não ama, pois o amor é indescritível. Allann Xavier
Não vejo a hora de estar em seus braços, pegar em tuas mãos e beijar os teus lábios, dizer do meu amor por você, esse amor que desconhece barreiras, que nasceu em mim tão suave e hoje ele ocupa todo o meu coração Amor tão grande no qual pensei que nunca fosse sentir por alguém Quero lhe falar desse amor Hoje já não consigo disfarçar o que se passa dentro de mim Você simplesmente é tudo Tudo que sinto, você está em todos os lugares por onde passo Em todos os meus pensamentos Às vezes, me pergunto como posso suportar sua ausência Mas pensando bem você não está ausente Você está em tudo de belo que vejo na vida Adoro estar com você Queria poder ocupar todas as suas horas Ter seu corpo, seus beijos, suas noites, seu silêncio, sua fome de viver, seu carinho, e seu amor Queria tudo isso que em você existe Porque jamais encontrei em outro alguém Aos poucos você foi se tornando fundamental em minha vida Pois vejo o pouco que eu era antes de encontrar você Nunca senti tão segura em outros braços, e a cada momento não penso só no prazer presente Penso principalmente em momentos agradáveis Onde haverá vida e lembranças para anos futuros Eu vou lutar por você, não vou desistir nunca Nunca esqueça que Amo muito você Anônimo

Podes ganhar a paz ou comprá la. Ganhá la ás, resistindo ao mal. Comprá la ás, aceitando o compromisso com o mal. John Ruskin

E Deus continua sussurando: “Não desista, o melhor ainda está por vir.” (Caio Fernando Abreu) Anônimo

Hoje é dia de prestar homenagem a todos aqueles que já partiram deste mundo, mas continuam presentes nos nossos corações e na nossa saudade! Anônimo

Borboletas! Sempre que posso, paro e fico a admirá las Voam sem compromisso por entre as flores e pousam onde querem, com uma leveza sem igual! Cláudia Kuhn da Luz

O verdadeiro amor é como os fantasmas. Todos falam nele, mas ainda ninguém o viu. François de La Rochefoucauld
O ser humano ainda é assim, comete mais atitudes ruins do que boas porque ele está em evolução. E no caso, em tal grau que ainda é pouco para essas mudanças acontecerem. Conforme os séculos forem passando ele vai ficando mais humanizado, e enxergando melhor as coisas e ele mesmo. (26/01/2018) Larissa Sardagna

Ela é assim: ora noite e dia agradece, pede bençãos, graças divide, multiplica a Deus pede paz, saúde, harmonia. Leônia Teixeira

Quando percebi que minha história de vida ao longo da minha existência, não tinha êxitos entre amigos e familiares, foi que resolvi! Através de poesias, frases, poemas e canções relatar minha trajetória. Sérgio o Cancioneiro

Viver com proposito ajuda nos a economisar o tempo, os esforços, as forças, fazer o bom uso das oportunidades Ismael Domingos

Seja o teu falar: sim, sim; não, não. O que passa disto é de má procedência. Jesus Cristo

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Frases do fantasma da ópera
ÓPERA FANTASMA
Nada tenho. Nada me pode ser tirado. Eu sou o ex-estranho, o que veio sem ser chamado e, gato se foi sem fazer nenhum ruído
É muito mais difícil matar um fantasma do que matar uma realidade.
A arte é visão ou intuição. O artista produz uma imagem ou um fantasma: e quem aprecia a arte volta o olhar para o ponto que o artista lhe indicou, observa pela fenda que este lhe abriu e reproduz dentro de si aquela imagem.
Todo o fantasma, toda a criatura de arte, para existir, deve ter o seu drama, ou seja, um drama do qual seja personagem e pelo qual é personagem. O drama é a razão de ser do personagem; é a sua função vital: necessária para a sua existência.
O verdadeiro amor é como os fantasmas. Todos falam nele, mas ainda ninguém o viu.
A vida é uma ópera, e uma grande ópera. Deus é o poeta; a música é de Satanás. O êxito é crescente. Poeta e músico recebem pontualmente os seus direitos autorais, que não são os mesmos.
O objetivo fundamental dos sonhos não é o sucesso, mas nos livrar do fantasma do conformismo.
Ópera em inglês faz tento sentido quanto beisebol em italiano.
Não quero saber em que língua a ópera será cantada – desde que seja em uma língua que eu não entenda
A verdade é um fantasma que há que perseguir cada vez mais longe… mas para agir é preciso parar.
Mais vale suar do que passar pela vida como um fantasma perfumado!
Eu gostaria de ser o fantasma do Metropolitan Museum, escondido durante o dia e saindo à noite para olhar o que há.
No vazio do meu coração você poderia ser minha luz ?
Até a rosa mais bela pode machucar alguém
As mais lindas palavras de amor são ditas no silêncio de um olhar.
Pouco conhecimento faz com que as pessoas se sintam orgulhosas. Muito conhecimento, que se sintam humildes. É assim que as espigas sem grãos erguem desdenhosamente a cabeça para o céu, enquanto que as cheias as baixam para a terra, sua mãe.
Quando eu pensar que aprendi a viver, terei aprendido a morrer.
Quem pensa pouco, erra muito.
O olhar de quem odeia é mais penetrante do que o olhar de quem ama.
Repreende o amigo em segredo e elogia-o em público.
- Gaston Leroux
Frases de Gaston Leroux
Gaston Louis Alfred Leroux foi um escritor francês, célebre pelo livro O fantasma da ópera, sua obra-prima. Wikipedia
Gaston Leroux frases e citações
“Se eu sou o fantasma, é porque o ódio humano me fez assim. Se eu serei salvo é porque o seu amor me resgata.”
— Gaston Leroux

Gaston Leroux: Frases em inglês
“If I am the phantom, it is because man's hatred has made me so. If I am to be saved it is because your love redeems me.”
— Gaston Leroux , livro The Phantom of the Opera
Fonte: The Phantom of the Opera
“Erik is not truly dead. He lives on within the souls of those who choose to listen to the music of the night.”
“I tore off my mask so as not to lose one of her tears… and she did not run away!… and she did not die!… She remained alive, weeping over me, weeping with me. We cried together! I have tasted all the happiness the world can offer.”
“All I wanted was to be loved for myself." (Erik)”
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Indicadores, compartilhar, versão impressa issn 0102-7395, reverso v.31 n.57 belo horizonte jun. 2009.
PSICANÁLISE E LITERATURA
O fantasma da ópera
The phantom of the opera
Cristina Gaoni Medioli
Círculo Psicanalítico de Minas Gerais
Endereço para correspondência
O romance O fantasma da ópera narra a história de amor de dois jovens, Christine e Raoul, que é fortemente perturbada pela presença do fantasma edípico, que assombra a fantasia de Christine. Ela terá então que escolher entre o amor sedutor, mas imaginário, para o fantasma, que bordeja o real da morte do pai dela, e o amor simbólico, aquele do anel no dedo, para Raoul, que se tornará enfim seu esposo. O percurso da vida de Christine nos confirmará como as três dimensões Simbólico, Real e Imaginário são inseparáveis. Este enlace nem sempre harmônico levará Christine a se perguntar no túmulo do pai: “Quem é você, amigo ou fantasma?” E ainda: “Por que o passado não pode simplesmente morrer?” Para Christine, a angústia real pela morte do pai, que se transforma em temor ao fantasma, não a impede de fazer o laço do casamento, mas a acompanhará no caminho simbólico que ela traçará ao longo da vida.
Palavras-chave: Fantasias edípicas, Fantasma, Angústia, Laço.
The novel “The Phantom of the Opera” narrates the love story between two young people, Christine and Raoul. The story is strongly affected by the presence of the oedipal phantom that haunts Christine’s fantasy. She will have to choose between the seducing but imaginary love for the phantom which hovers over the reality of her father’s death, and the symbolic love, that of the wedding ring, that she feels for Raoul, who will eventually become her husband. Christine’s path of life will confirm how the three dimensions, the Symbolic, the Real and the Imaginary, are inseparable. This relationship, not always harmonious, will lead Christine to ask herself at her father’s grave: “Who are you, a friend or a phantom? And also: “Why cannot the past simply die?” The real anxiety that Christine feels after her father’s death turns into fear of the phantom. It does not prevent her from exchanging wedding vows, although it will accompany her on the symbolic path that she will tread throughout her lifetime.
Keywords: Oedipal fantasies, Phantom, Anxiety, Bond.
O Fantasma da Ópera é um romance francês escrito por Gaston Leroux, inspirado na obra Trilby, de George Du Maurier. Publicado em 1910 pela primeira vez, foi desde então adaptado inúmeras vezes para o cinema e importantes peças de teatro, alcançando merecida fama internacional .
A ação desenvolve-se no Ópera de Paris, um monumental e luxuoso edifício. Os artistas e os funcionários do teatro afirmam que o Ópera se encontra assombrado por um misterioso e irascível fantasma, que causa uma variedade de cruéis acidentes a todos aqueles que ousam desafiar a vontade dele.
Nesse cenário ocorre o re-encontro de Christine Daáe, filha de um falecido violinista, e Raoul, o inesquecível amigo da infância.
Contingências querem que Christine tenha a oportunidade de substituir a cantora protagonista cuja voz parece estar sofrendo repentinas alterações.
Sozinha no palco, Christine canta e encanta um público entusiasmado, sendo assim reconhecida pelo saudoso Raoul, que atualmente é um dos patrocinadores do teatro.
No encontro dos dois, uma frase é pronunciada em voz alta por Raoul: “Você gostava de bonecas, chocolate, roupas, história, música, enigmas”. Recordações da infância trazem de volta um passado nunca esquecido e totalmente desligado das lembranças e tentam dar um contorno simbólico ao real desse encontro que desperta e atrai os dois adolescentes, prontos a se jogarem em uma paixão enlouquecedora.
É na emergência desses eventos, entretanto, que Christine, atordoada e trêmula diante do abismo do real do sexo, agarra-se esperançosa às insígnias paternas e, ainda incapaz de sustentar uma escolha na posição de sujeito, conforma-se ao desejo do amado pai.
O inesperado sucesso na ópera lança-a numa trajetória profissional exuberante e promissora. Assim, ela já sabe, será uma boa cantora, cumprindo, enfim, a vontade do pai que, por sua vez, foi um ótimo violinista.
Christine canta com a força e o sentimento inspirados por um misterioso tutor que a guia e lhe abre as portas para um futuro de sucesso, aprisionando-a ao mesmo tempo inexoravelmente ao passado.
Ele é o fantasma cuja máscara no rosto esconde cautelosamente sua verdadeira identidade e que usa a voz da nossa cantora protagonista para dar vazão à sua inspiração. Ela reconhece nele o anjo da música que o pai violinista prometera enviar-lhe depois de sua morte prematura, quando Christine se encontrava com a idade de apenas 7 anos.
Em um primeiro momento, Christine mergulha nas suas fantasias infantis, e é assim que a veremos atravessar de barco o enorme lençol de água subterrâneo para chegar à morada do fantasma.
Ele é o anjo da música enviado pelo pai e a exorta a se olhar no espelho, pois ao fazê-lo verá o fantasma que habita dentro dela.
Christine interroga o fantasma pedindo-lhe orientação, pois é difícil despertar dos sonhos onde ele nunca deixou de lhe aparecer.
Atrás do espelho abre-se um caminho que a leva aos subterrâneos do teatro, lugar de tênebras, morada de fantasmas, e na escuridão Christine segue cegamente o seu tutor/fantasma.
Ele revela, então, seu lado misterioso e sombrio, mas também o seu lado passional e sedutor, que faz palpitar mais forte o coração de Christine.
O fantasma é ambíguo, ambivalente; ele é romance e tragédia, horror e paixão, realidade e ficção.
O mistério tem que ter fim: no subterrâneo do teatro não mais existe não saber. Christine está pronta para desvelar o enigma. A máscara com que o fantasma oculta seu rosto desfigurado desde o nascimento tem que cair, e assim Christine, com um impulso não domado, a arranca do rosto dele.
O fantasma reage violentamente empurrando Christine para o chão, pois se ela enxergar atrás do véu da fantasia quem ele realmente é, não mais o seguirá. Goza-se só onde não se sabe a verdade; o saber a impediria de gozar.
A força que o fantasma tem para contrastar o amor de Christine e Raoul vem do fato de ele agir sob incógnita, manifestando-se através de enigmas.
A nossa protagonista acha que com ele se abrirão as portas do futuro e do sucesso profissional, e não sabe que ele é fixação ao passado, que ele só canta, inspirando-a, quando ela tem necessidade de ouvi-lo; que ele só existe quando nele se confia e é só o desejo de acreditar nele que lhe dá consistência.
Christine acha que o fantasma é o anjo da música enviado pelo seu próprio pai e com esta fantasia esconde então a sua verdade e o seu inalterado amor por ele.
O fantasma, por seu lado, pode ser respeitado e temido só se ficar sob incógnita. Os fantasmas nos assustam apenas enquanto desconhecidos, depois de desmascarados tornam-se vulneráveis, perdem o valor imaginário que tinham nas nossas mentes e então, aí sim, podem ser vencidos. A partir desse ponto, novas travessias e novos caminhos podem ser trilhados.
Trava-se então uma luta entre o amor imaginário pelo fantasma, que esconde o amor real pelo pai, e o amor mais simbólico, aquele do anel no dedo, por Raoul, que veremos tornar-se seu esposo.
Christine está profundamente dividida; depois de ter desmascarado o fantasma e fugido da proteção cuidadosa de Raoul, volta ao túmulo do pai.
É a cena mais tocante e expressiva da Ópera. Christine pergunta: "Quem está escondido aí?" E ainda: "Quem você é? Anjo ou fantasma, amigo ou pai?"
Depois das voltas no subterrâneo do teatro, moradia do fantasma, Christine desperta para um novo saber e é levada a se perguntar: “Quais desejos intermináveis me trouxeram de volta...? Por que o passado não pode simplesmente morrer?” Enfim ela pede para o pai/fantasma que a liberte e que sejam soltas as correntes que a mantinham presa ao passado. Das voltas ao subterrâneo ela emergiu com um novo anseio e nesse novo caminho, às voltas com o próprio desejo, ela terá que aprender a fazer novas construções.
Mas o fantasma está realmente derrotado?
O fantasma é enigmático, misterioso, intrigante, voluptuoso e sedutor. Tem voz sublime e inspiradora, mas é capaz de proporcionar o amor do sentido, o mais carnal, instintivo, animal. Ele leva para o subterrâneo da mente, onde, na escuridão, qualquer realidade pode ser inventada, sendo esta a maior sedução.
Na sequência, vemos que Raoul alcança Christine no cemitério e com uma luta de espada derruba o fantasma, ferindo-o até quase a morte. É a hora em que Christine grita: “Não assim, não deste jeito...”, pois na sabedoria instintiva dela, já sabe que não é Raoul que pode derrubar o fantasma que habita nela. Não é com o poder simbólico de uma espada que as suas fantasias se dissiparão. E sabe também que se a luta é só no imaginário, imaginária será também a vitória.
Christine volta a fazer mais uma apresentação no palco. É uma armadilha para o fantasma aparecer e ser finalmente derrotado. Não é para o fantasma que Christine canta, e ele desafiado e enfurecido rapta-a mais uma vez.
Dissolveram-se as tênebras no subterrâneo de Christine e ela não chora mais. Intuitivamente ela se oferece ao fantasma em um beijo apaixonado e ele chora as lágrimas amargas da derrota. Um fantasma que não assusta não tem mais poder. Ele sabe que ao levantar o véu da fantasia encontra-se desmascarado, e se a sua verdadeira identidade não pode mais ser velada, o seu poder imaginário esvaece.
O espelho não guarda as imagens nele refletidas, Christine não mais encontrará o fantasma ao se olhar no espelho. Assim, ela pode ir embora junto com o seu Raoul.
Mas volta a pergunta mais uma vez: O fantasma está realmente derrotado?
Lembramos que Christine tentou bordejar o real, mas foi pelo amor imaginário de Raoul que se deixou levar. Vamos então acompanhar qual foi o destino da viagem dos dois amantes.
Com um pulo no tempo de 50 anos para a frente, revemos um Raoul envelhecido e frágil, pois encontra-se em uma cadeira de rodas.
Quais os caminhos que foram interrompidos? Para onde não conseguiu levar a sua amada?
Ele está levando um presente comprado no leilão do velho teatro. É uma caixinha de música, a mesma cujo som foi o fundo musical da história de Christine e o fantasma. Isso indica que nunca houve uma completude no par Christine e Raoul, ela nunca conseguiu desvencilhar-se completamente do fantasma.
Raoul sabe disso e agora é tarde demais para lutar, mas ao menos a caixa de música ele faz questão de depositar, com as próprias mãos, no túmulo, e com um gesto orgulhoso da mão dispensa a ajuda do motorista para se levantar. Parece com isso resgatar-se de toda uma vida vivida pela metade; não se sente completamente derrotado ao poder acrescentar ao menos alguns símbolos a este romance.
Assim, prestes a ir embora, ele volta a cabeça mais uma vez para o túmulo e, sem mais hostilidade, acolhe no olhar o presente, última homenagem que o fantasma deixou no túmulo de sua saudosa musa inspiradora. É uma rosa vermelha enlaçada com fita preta, como aquelas que ele costumava mandar para o camarim de Christine, e nesse enlace encontra-se também o anel de noivado com o qual ele desejou consagrar o namoro deles.
Entendemos agora que o pai, anjo e fantasma, foi o amor recalcado, sublime, eterno e avassalador. Raoul, o marido, foi o amor companheiro, possível de se viver, seguro, tranquilo.
Mas cabe mais uma vez se perguntar: Por que o passado não pode simplesmente morrer?
Analisando a trajetória de Christine, vemos que ela passou do amor/horror ao fantasma, que era imaginário, ao amor pelo marido, que também tem sempre um contorno imaginário.
Ela pedia libertação do pai/fantasma, mas ficou amarrada às substituições imaginárias que fez ao conhecer Raoul. O amor de um homem salva? Não há salvação que venha do outro e constatamos que, como em um teatro de marionetes, o pai de Christine puxou os fios do destino dela até o fim.
Teria uma análise mostrado um caminho diferente para a protagonista desta história?
A análise poderia ter ocasionado a travessia do fantasma, mas para isso acontecer tem que se aprender que a verdade é uma fantasia que se há de perseguir cada vez mais longe. Sendo assim, o encontro com o real não pode ser evitado.
Bibliografia
Sobre a Autora
Cristina Gaoni Medioli Advogada. Participante do Fórum de Psicanálise do Círculo Psicanalítico de Minas Gerais – CPMG.

O Fantasma da Ópera (1909)
- Capítulo I - Teria sido o fantasma?
- Capítulo II - A nova Margarida
- Capítulo III - Em que, pela primeira vez ...
- Capítulo IV - O camarote no 5
- Capítulo V - Continuação de "O camarote no 5"
- Capítulo VI - O violino encantado
- Capítulo VII - Uma visita ao camarote no 5
- Capítulo VIII - Em que os srs. Firmin Richard ...
- Capítulo IX - O misterioso cupê
- Capítulo X - No baile de máscaras
- Capítulo XI - É preciso esquecer o nome da "voz de homem"
- Capítulo XII - Acima dos alçapões
- Capítulo XIII - A lira de Apolo
- Capítulo XIV - Um golpe de mestre do amador de alçapões
- Capítulo XV - Singular atitude de um alfinete de segurança
- Capítulo XVI - Christine! Christine!
- Capítulo XVII - Revelações surpreendentes ...
- Capítulo XVIII - Continuação de "Singular atitude de um alfinete de segurança"
- Capítulo XIX - O comissário de polícia, o visconde e o Persa
- Capítulo XX - O visconde e o Persa
- Capítulo XXI - Nos subterrâneos da Ópera
- Capítulo XXII - Interessantes e instrutivas ...
- Capítulo XXIII - No quarto dos suplícios
- Capítulo XXIV - Os suplícios têm início
- Capítulo XXV - "Tonéis!... Tonéis!... Tem tonéis... para vender?..."
Capítulo XXVI - É preciso girar o escorpião? É preciso girar o gafanhoto?
- Capítulo XXVII - O fim dos amores do fantasma

Obra do francês Gaston Leroux.
# clássicos # clássicoslp

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F im do relato do Persa
Assim, ao descer ao fundo do subterrâneo, eu havia tocado as profundezas de meu pensamento temível. O miserável não me enganara com suas vagas ameaças dirigidas a muitos da raça humana! À margem da humanidade, estabelecera longe dos homens um covil de animal subterrâneo, decidido a fazer tudo voar com ele numa catástrofe explosiva se aqueles de cima da terra viessem acuá-lo no antro onde refugiara sua monstruosa feiura.
A descoberta que acabávamos de fazer nos lançou numa comoção que nos levou a esquecer todas as dificuldades passadas, todos os sofrimentos presentes... Nossa situação anormal, mesmo há pouco quando nos encontrávamos à beira do suicídio, ainda não tinha se revelado para nós com precisão mais assombrosa. Compreendíamos agora tudo o que o monstro quisera dizer e tudo o que dissera a Christine Daaé e tudo o que significava a abominável frase: " Sim ou não! Se for não, todo mundo está morto e enterrado! ...". Sim, enterrado debaixo dos escombros do que tinha sido a grande Ópera de Paris!... Seria possível imaginar crime mais terrível para se despedir do mundo numa apoteose de horror? Preparada para a tranquilidade de sua retirada, a catástrofe serviria para vingar os amores do mais horrível monstro que ainda circulava pela face da terra!... "Amanhã, às onze horas da noite, prazo final!..." Ah, tinha escolhido bem o horário!... Haveria muita gente na festa!... Muitos da raça humana... lá em cima... na superfície reluzente da casa da música!... Com que cortejo mais belo ele poderia sonhar para morrer?... Desceria ao túmulo com os mais belos ombros do mundo, adornados de todas as joias... Amanhã, às onze horas da noite!... Devíamos ir pelos ares em plena representação... Se Christine Daaé dissesse: "Não!"... Amanhã, às onze horas da noite!... E como Christine Daaé não diria o "Não!"? Não preferiria se casar com a própria morte do que com esse morto-vivo? Não desconhecia que com sua recusa selaria o destino funesto de muitos da raça humana?... Amanhã, às onze horas da noite!...
E nos arrastando pelas trevas, fugindo da pólvora, tentando encontrar os degraus de pedra... porque, bem lá no alto, acima de nossas cabeças... o alçapão que dava para o quarto dos espelhos tinha por sua vez se apagado... martelávamos: "Amanhã, às onze horas da noite!"...
Finalmente, encontro a escadaria... mas, de repente, levanto bem empertigado sobre o primeiro degrau, pois um pensamento terrível ilumina de repente minha mente:
– Que horas são?
Ah! Que horas são? Que horas!... Porque, afinal, as onze horas da noite de amanhã talvez sejam as do dia de hoje, talvez agora mesmo!... Quem poderia nos dizer que horas são?!... Parece que estamos presos neste inferno há dias e dias... há anos... desde o começo do mundo... Talvez tudo isso vá pelos ares neste mesmo instante!... Ah, um barulho!... um estalo!... Ouviu, senhor?... Ali!... Ali, naquele canto!... Deus do céu!... como o barulho de um mecanismo!... Outra vez!... Ah, luz!... Talvez seja o mecanismo que vai fazer tudo voar!... Estou dizendo: um estalo... o senhor por acaso é surdo?
O sr. De Chagny e eu começamos a gritar como loucos... o medo nos atormenta... Subimos a escadaria rolando pelos degraus... O alçapão talvez esteja fechado lá em cima! Quem sabe seja isso que provoque toda essa escuridão... Ah! Sair da escuridão! Sair da escuridão!... Rever a claridade mortal do quarto dos espelhos!...
...Chegamos ao alto da escadaria... não, o alçapão não está fechado, mas agora as trevas envolvem o quarto dos espelhos tanto quanto o porão que acabamos de deixar!... Saímos completamente do porão... Estamos nos arrastando pelo assoalho do quarto dos suplícios... o assoalho que nos separa do paiol da pólvora... Que horas são?... Gritamos, chamamos!... O sr. De Chagny clama, com todas as suas forças que renascem:
– Christine!... Christine!
E eu chamo por Érik!... Lembro a ele que salvei sua vida!... Mas não obtemos resposta!... resposta alguma além do nosso próprio desespero... da nossa própria loucura... Que horas são? "Amanhã, às onze horas da noite!" Debatemos... fazendo esforço para medir o tempo que passamos aqui... mas somos incapazes de raciocinar... Se ao menos pudéssemos ver o mostrador de um relógio, com ponteiros girando!... O meu relógio parou há muito tempo... mas o do sr. De Chagny ainda está funcionando... Ele me diz que deu corda ao se ajeitar à noite, antes de vir para a Ópera... Tentamos tirar desse fato alguma conclusão que nos permitisse ter alguma esperança de que o minuto fatal ainda não chegara...
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El fantasma de la Ópera Quotes · No había nada más frío, nada mas muerto que su corazón. · Hay momentos en los que la excesiva inocencia parece tan monstruosa que
Gaston Louis Alfred Leroux foi um escritor francês, célebre pelo livro O fantasma da ópera, sua obra-prima. Wikipedia. ✵ 6. Maio 1868 – 15.
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No encontro dos dois, uma frase é pronunciada em voz alta por Raoul: “Você gostava de
... frase: "Sim ou não! Se for não, todo mundo está morto e enterrado!...". Sim, enterrado debaixo dos escombros do que tinha sido a grande Ópera de Paris!...
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